quarta-feira, 20 de abril de 2011

A semana da Páscoa

Os judeus celebravam a Páscoa para lembrar a saída do cativeiro egípcio e o grande livramento sobrenatural que tiveram. Era uma festa comemorativa que lembrava-lhes de que, sem o sangue do cordeiro colocado nos umbrais das portas, não haveria salvação para os primogênitos. Deus foi gracioso para com o Seu povo, tirando-lhe do sofrimento do Egito para uma herança bendita, numa terra onde havia leite e mel com abundância.

Muitos anos depois da saída de Israel do Egito, numa quinta-feira da semana comemorativa da Páscoa, Jesus reuniu os seus discípulos e ceou com eles no Cenáculo em Jerusalém. As últimas palavras de Jesus registradas nos Evangelhos mostram o amor que Ele teve por Seus discípulos até o fim. Naquela mesma noite, Jesus seria traído e entregue aos principais dos judeus (leia-se sacerdotes e fariseus). Por trinta moedas de prata, Judas Iscariotes traiu o Senhor que demonstrou-lhe tanto amor.

Durante toda a madrugada muitas acusações falsas foram levantadas contra Jesus. Diante de Pilatos a multidão gritava para crucificar o assim chamado “Rei dos Judeus” e para soltar Barrabás. Mesmo ali, com feridas causadas por chicotes com pontas de prego, o Senhor não abriu a sua boca, como ovelha muda perante os seus tosquiadores. Ele foi ferido por nossas transgressões, para que hoje pudéssemos ter livre acesso ao Pai por meio da fé.

Depois de uma sequência de julgamentos forjados, o Senhor Jesus iniciou sua caminhada rumo ao monte do Calvário, que ficava fora de Jerusalém. Naquele trajeto, muito sangue foi derramado e o esforço feito para carregar o madeiro exauriu as forças de Jesus. Um homem que passava por ali, Simão de Cirene, foi obrigado a levar a cruz do Senhor enquanto a multidão gritava impropérios e torpezas.

Chegando ao Calvário, os soldados romanos cravaram pregos nos pulsos de Jesus e penduraram seu corpo naquela cruz. E assim, o Senhor foi levantado aos olhos de todos, uma clara referência a um fato relatado no Antigo Testamento. Quando o povo de Israel pecou e estava sendo afligido por serpentes abrasadoras, era necessário olhar para a Serpente de bronze para serem curados. A doença do pecado é gravíssima e exige uma cura urgente. Sendo assim, Jesus foi levantado na cruz para que todo aquele que confiar na graça ali demonstrada e pela fé clamar por salvação, receba gratuitamente o dom da vida eterna.

Ah, meu caro leitor, que você possa olhar para a cruz do Calvário, com o coração contrito e receber com alegria a graça de Deus derramada em favor do pecador. O sangue do Cordeiro de Deus foi vertido para que a condenação do pecado não esteja mais sobre você. Assim como Deus foi misericordioso com o povo de Israel em libertá-lo do cativeiro egípcio, você também pode ser liberto do cativeiro do pecado e então será uma nova criatura, para a glória do Senhor.

O plano divino de redenção foi executado plenamente naquela semana de Páscoa em que Cristo morreu como Cordeiro perfeito. A Deus seja toda honra, glória e louvor, pelos acontecimentos que se deram em Jerusalém há mais de dois mil anos atrás, na semana da Pessach judaica.


"Foi no Calvário que Ele sem falar mostrou ao mundo inteiro o que é amar"



MARCOS AURÉLIO DE MELO
BREVE MEDITAÇÃO SOBRE A PÁSCOA

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