sexta-feira, 27 de outubro de 2017

MECANISMOS DE DEFESA

TEXTO: Josué 24: 14-15
Tema: MECANISMOS DE DEFESA


Int. 1 – Estamos diariamente expostos a milhares de perigosos microrganismos, como vírus, bactérias e parasitas. Felizmente, o corpo humano possui um mecanismo protetor contra esses invasores: o sistema imunológico (glóbulos brancos, linfócitos). O corpo precisa criar mecanismos de defesa contra as bactérias e vírus que se propagam com facilidade. Por isso, é importante que a criança seja vacinada contra diversas doenças desde os seus primeiros dias de vida. Dessa maneira, o organismo não desenvolve a doença, mas se torna imune a ela.
Int. 2. – Neste mundo, sabemos que estamos expostos aos agentes perniciosos do engano e da malícia, e por isso se faz necessário um plano de contingência para termos um mecanismo de defesa apropriado. Depois de fazer uma retrospectiva da história do povo de Israel, mostrando o quanto Deus foi gracioso e protetor, Josué traz o povo para um momento crucial. Sabedor das péssimas influências que estariam por perto, Josué apresenta ao povo os mecanismos de defesa indispensáveis para a preservação do povo, a começar pelas famílias de Israel.
“Agora, pois, temei ao Senhor e servi-o com integridade e com fidelidade; deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito e servi ao Senhor. Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.”  (Josué 24: 14-15)

OS PRINCÍPIOS CONTIDOS NESTE TEXTO SÃO IMPORTANTES MECANISMOS DE DEFESA PARA A PRESERVAÇÃO DAS FAMÍLIAS CRISTÃS

1. A ADOÇÃO DE FIRME RESOLUÇÃO NA CONTRAMÃO DO MUNDO
“Escolhei, hoje, a quem sirvais”.  “Eu a minha casa serviremos ao Senhor.” Com estas palavras Josué estabelece uma resolução da qual ele não abrirá mão em favor de nenhuma conveniência. Sua firme decisão está respaldada na sua própria história, pela vida que teve com Deus, nas diversas vezes em que viu a poderosa mão do Senhor em favor do Seu povo. Josué não toma esta decisão baseado em conjecturas, ele sabe as implicações de servir somente ao Senhor e os privilégios deste serviço. A declaração de Josué é um modelo de como alguém pode dar testemunho da sua fé mesmo quando isso significa posicionar-se contra a maioria. O compromisso assumido por Josué é estendido a nós como desafio, de nos posicionarmos na direção contrária a que este mundo tem adotado.
Famílias fortes não se estruturam nos alicerces da indecisão. Famílias fortes firmam seus alicerces na firmeza de decisões à luz da Palavra de Deus.
Quem está ao lado do bom Salvador, /Pronto a dedicar-se, agora, ao seu Senhor? /Tudo abandonando pra Jesus seguir, / Encarando tudo quanto possa vir?
REFRÃO: Quem de Cristo ao lado sempre quer andar / Pela tua graça, pelo teu amor, / Eis-nos a teu lado, somos teus, Senhor.  (Hino CC452 Decisão)
Deus requer do seu povo decisão resoluta. Não podemos ficar em cima do muro, porque não existe neutralidade na batalha moral que tem se instaurado contra a família. Impossível servirmos a Deus de modo efetivo quando existe indecisão em nossos corações, quando ainda prevalece a nossa opinião. É importante que as famílias sejam resolutas, a começar pelo cabeça, o homem, que vai prestar contas da liderança que exerceu. Se nossas famílias estão à deriva, primeiro é responsabilidade dos homens. Os homens devem segurar firme o timão do navio, estabelecendo o rumo correto para chegar ao porto seguro. Neste caminho, os ventos e as tempestades serão constantes, mas a família precisa rumar resolutamente na direção estabelecida pela Bíblia, sem arredar o pé da decisão firmada perante o Senhor.
As implicações de um compromisso firmado perante o Senhor não podem ser ignoradas. Lutas e dissabores certamente acompanham esta resolução de ficar do lado do Senhor. Hostilidade e aversão serão companheiras constantes. Mas não há privilégio maior do que tomar posição em nome do Senhor. Quem é do Senhor dê um passo a frente.

2. A REJEIÇÃO DE QUALQUER FALSA ESPERANÇA EM VOGA
“Deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais dalém do Eufrates e no Egito.” / “ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais.”
Não demorou muito e os israelitas fizeram exatamente aquilo que Deus sempre lhes dissera para não fazer. Da simples tolerância aos cananeus e amorreus, eles passaram a imitá-los. Os israelitas começaram a se casar com os cananeus e a adorar seus deuses. A nação que deveria ser santa e ficar longe das práticas pecaminosas dos cananeus, abraçou os mesmos pecados que trouxeram a ira de Deus sobre eles.
Atualmente nossos ídolos não são de pedra ou de madeira. Eles se revestem de outra roupagem. Nossos ídolos moram em nossas mentes e são alimentados por nossos desejos desordenados. Estes ídolos nos oferecem uma vã esperança, e nos trazem alívio temporário e fugaz em meio às dores neste mundo. A crise de valores que assola as famílias é resultado direto do apego às falsas esperanças trazidas pelos ídolos modernos. A relativização de princípios bíblicos em favor de conceitos humanistas tem solapado as bases da família cristã. Mesmo que não sejam reconhecidos como tais, há falsos deuses no seio das famílias sendo adorados continuamente e recebendo oferendas. Uma das ilusões mais efetivas de Satanás é a ideia de que a felicidade está nas coisas que nós possuímos. Através desta falácia, ele tem edificado um bezerro de ouro, um ídolo chamado materialismo. Em favor do materialismo, muitas famílias estão em frangalhos.
As famílias devem dar um basta a todo resquício de falsa esperança que trazem nas suas bagagens. Os pais não devem propagar para as próximas gerações crendices ou falsas ilusões que carregam por tradição ou por achismo. Mesmo que toda a sociedade volte os olhos para as psicologias da moda, ou para as terapias em voga, a família só será preservada se firmar sua esperança na infalível vontade de Deus revelada nas Escrituras. São muitas as falsas esperanças em voga nos nossos dias, mas nenhuma delas oferece paz real aos corações angustiados. As falácias continuam fazendo seus adeptos, mas falácias não deixam de ser falácias só porque estão na moda. Para que as famílias cresçam e se fortaleçam no Senhor, é imprescindível a rejeição das falsas esperanças que nos assediam diariamente.

3. A DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DE DEDICAÇÃO INTEGRAL AO SENHOR
”Temei ao Senhor e servi-o com integridade e fidelidade” Josué não apenas faz o desafio para o povo assumir o compromisso de servir ao Senhor, mas também qualifica de que forma deve ser este serviço: com temor, integridade e fidelidade. Esta qualificação nos mostra que o serviço feito de qualquer jeito não é aceito pelo Senhor. Faz-se necessário que este serviço seja acompanhado de dedicação exclusiva, sem interrupções ou empecilhos de qualquer natureza. Josué mostrou ao povo que o serviço a Deus requer senso de integridade, que pode ser colocada à prova a qualquer instante. Até porque é impossível ser cristão pela metade. Ou somos remidos ou não somos, não há meio termo.
Se observamos as histórias narradas logo após a morte de Josué no livro de Juízes veremos claramente que o povo de Israel seguiu outros caminhos, mas não o da dedicação integral ao Senhor. Logo se misturaram com os povos cananeus e adotaram suas práticas repulsivas. Se fôssemos excluir do vocabulário do povo de Israel duas palavras na sua relação com Deus, seriam integridade e fidelidade. É impressionante a decadência desta nação por conta de sua rebeldia em não seguir ao Senhor de modo constante e completo.
Este serviço inteiro, por completo, começa por nossa família. “É difícil ver como o cristianismo pode ter um efeito positivo na sociedade, se não pode transformar a sua própria casa”. (John MacArthur). O cristianismo faz diferença nos corações, se espalha para o raio de ação mais próximo e alcança outras pessoas.
INTEGRIDADE= completo, total, inteiro, integral. FIDELIDADE= estabilidade, constância. A vida em família não pode ser dedicada ao Senhor em compartimentos. Famílias que servem ao Senhor apenas aos domingos são uma afronta às Escrituras. E nos outros seis dias? Qual a relevância que Deus tem para a vida em família nos demais dias da semana?
Vivemos uma verdadeira crise de integridade moral no seio familiar. A fidelidade a Deus é colocada em último plano quando não nos é conveniente. Por isso os filhos crescem sem desenvolver um santo temor por Deus e Sua Palavra. Ao negociarmos princípios cristãos no balcão das facilidades deste mundo, passamos para nossa família a ideia de que ser cristão não envolve compromisso integral. E assim as estruturas familiares vão se deteriorando. Os pais precisam ser exemplos de integridade moral/espiritual e fidelidade ao Senhor para seus filhos. Se não formos autênticos nesta relação com Deus, certamente não teremos condições de ensinar adequadamente o caminho que nossos filhos devem trilhar. Minha maior preocupação com Ester, e creio que deve ser a preocupação legítima de cada pai, não é o legado material ou a herança patrimonial que vou deixar para ela, mas sim o legado espiritual de temor ao Senhor que marcará para sempre a sua vida.



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