sábado, 8 de junho de 2019

Fome e sede de justiça


O homem que mostra não ter fome e sede de justiça (Mt. 5:6) é porque está cheio (empanturrado) de justiça própria. Sendo assim, ele enxerga a si mesmo com um grau superlativo e despreza a verdadeira justiça que procede da Palavra de Deus. Tal fome e sede de justiça brota somente de um relacionamento efetivo com o Senhor, isto é, não acontece de modo automático na vida de ninguém. Então, para aquele que se acha autossuficiente e bastante em si mesmo, não há espaço para buscar afeições santas e piedosas com base nos justos e verdadeiros caminhos de Deus. Este homem escolhe seguir os seus próprios conselhos e caminhos, sem considerar o que Deus diz por meio das Escrituras, corretamente interpretadas e aplicadas.

A sequência das bem-aventuranças em Mateus 5 comprova este argumento. Vejamos: somente alguém que se considera sem crédito pessoal algum diante de Deus (pobre de espírito), que chora por sua precária situação de miserável pecador, que não se vangloria de si mesmo e está sempre disposto a ouvir e aprender (manso), será aquele que amará a justiça que Deus requer na Sua santidade. Primeiro somos confrontados a descer do pedestal de orgulho que erigimos em nossos corações, para que então sejamos famintos e sedentos daquilo que honra a Deus.

Portanto, é impossível que tenhamos fome e sede da genuína justiça se já estamos fartos com as opiniões humanistas e as receitas de sucesso que se ancoram na idolatria do eu. Como iremos ansiar por aquilo que satisfaz verdadeiramente nossas almas, se o que nos enche é a nossa imagem prepotente que cultivamos tão cuidadosamente diante dos homens? As guloseimas que o ego tem a oferecer nunca trarão real satisfação para o cristão, por isso ele ama a justiça e almeja ser cada vez mais parecido com Cristo. Sendo assim, devemos nos alimentar diariamente da provisão substancial que nutre as nossas almas para exercermos com vigor a missão que o Senhor nos confiou de sermos uma bênção para a glória do Seu Nome excelso.

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