segunda-feira, 6 de junho de 2016

Implicações da Justificação


O que é a justificação? Herman Hoeksema a definiu como um ato da graça de Deus, no qual Ele imputa (credita na conta legal) de quem é culpado e condenado, Sua perfeita justiça em Cristo, absolvendo-o de toda a sua culpa e punição com base no mérito da obra de Cristo, e dando a este pecador o direito à vida eterna. A justificação é uma parte da salvação do pecado através de Cristo, uma vez que Deus aplica a salvação a cada um de Seus eleitos.

A justificação é Deus declarando à consciência de Seus filhos regenerados e chamados, que eles são perdoados e justos. Deus por meio de Seu Espírito fala à consciência do pecador humilhado e quebrantado, sobre o Seu ato de mudar a posição legal dele perante Deus, o Juiz, de um estado de culpa para um estado de perfeita justiça.

A imputação da obra de Cristo é fundamental no entendimento da justificação. O pecador recebe graciosamente os benefícios adquiridos pelos méritos de Cristo. A situação legal-forense do pecador é sobrenaturalmente transformada: antes um pecador condenado, agora um pecador justificado. Portanto, já não há mais nenhuma condenação para aqueles que estão “em Cristo Jesus”. Ou seja, para aqueles sobre quem foi imputada a perfeita justiça de Cristo já não resta nenhuma pendência judicial perante o Deus santo.

Ademais, em termos práticos, isto implica uma profunda percepção da nova criatura que é formada em Cristo Jesus. Uma vez justificado pela fé, o pecador também é regenerado para uma nova e viva esperança. Isto significa que as coisas antigas já passaram e eis que tudo se faz novo. Sendo assim, a evidência cristalina no viver de alguém justificado e regenerado por Deus será manifesta em obras dignas desta nova posição.

Enquanto estivermos neste mundo ainda pecaremos porque somos pecadores. Mas é preciso enfatizar que a nossa nova realidade espiritual diante de Deus foi mudada. Somos quem somos por causa exclusivamente do que Cristo fez na cruz do Gólgota. Esta nova realidade nos faz enxergar com limpidez a penúria de nossa alma enquanto peregrinamos por este mundo. Por isso, a vida do pecador justificado é de contínuo arrependimento e de descanso à sombra da cruz. A essência da vida cristã reside no fato de que somos imerecedores da comunhão com Deus, e que somente através da graça temos acesso ao Pai.

Ainda que caminhemos num mundo caído, isto não nos torna reféns do pecado. Uma fez justificados, fomos libertos de suas amarras e já não podemos servir ao pecado como escravos. Em Cristo, estamos numa nova posição espiritual que nos constrange a viver de modo altaneiro e digno do Evangelho.

Amor abundante e sublime no qual Deus nos dá, sem nenhum mérito nosso, mas apenas por pura graça, a perfeita satisfação, a justiça e a santidade de Cristo!

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