sexta-feira, 12 de junho de 2015

O Filho amado do Pai


De vez em quando ouvimos que Cristo é o Amado do Pai porque ele foi sempre um Filho obediente. Isso é verdadeiro e bíblico (Jo 8.29). Entretanto, faz-se necessário frisar que, nesta conexão, o que evocou o amor do Pai foi especialmente a qualidade desse amor.

O Filho, sabendo qual é o prazer do Pai e o que está em sintonia com sua vontade, não espera que o Pai lhe ordene fazer isto ou aquilo, mas espontaneamente se oferece. Ele, voluntariamente, faz a vontade do Pai. Não é passivo, nem mesmo em sua morte; pelo contrário, entrega sua vida. “Por isso o Pai me ama, porque eu dou minha vida para a reassumir. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou ...” (Jo 10.17,18; cf. Is 53.10). É esse maravilhoso deleite, por parte do Filho, em fazer a vontade do Pai, e desse modo salvar seu povo, ainda que às custas de sua própria morte, e morte de cruz (Fp 2.8), o que move o Pai a sempre exclamar: “Este é o meu Filho amado.”

Essencialmente, o Pai já pronunciou essa exclamação “antes da fundação do mundo”. Ainda derrama seu infinito amor sobre seu Filho (Jo 17.24), movido, sem dúvida, entre outras coisas, pela gloriosa decisão do próprio Filho: “Eis aqui estou” (Sl 40.7; cf. Hb 10.7). Sem dúvida que esta é a maneira humana de falar sobre essas realidades; porém, de que outra maneira falaríamos sobre elas? A exclamação do Pai foi repetida na ocasião do batismo do Filho (Mt 3.17), quando de forma visível ele tomou sobre si o pecado do mundo (Jo 1.29,33); e uma vez mais por ocasião da transfiguração (Mt 17.5; 2Pe 1.17,18), quando, outra vez, de uma forma ainda mais notável, o Filho voluntariamente escolheu o caminho da cruz.

 

William Hendriksen
Extraído do Comentário sobre Efésios

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