quinta-feira, 1 de novembro de 2012

UM DIAGNÓSTICO PRECISO

TEXTO: ISAÍAS 29: 13-16

“Nesse texto, o SENHOR faz um diagnóstico preciso da situação espiritual do Seu povo”

Que aspectos deste diagnóstico podem ser vistos no texto?

1)     O CONSTANTE AUTO-ENGANO (VS. 13)
Jesus repetiu esta afirmação do profeta Isaías para confrontar os escribas e fariseus que viviam como atores (hipócritas), guardando rituais sem nenhum compromisso autêntico de honrar ao Senhor (Mt. 15: 8-9; Mc. 7: 6,7). Eles não estavam enganando a Deus, estavam enganando a si mesmos!
Muitas vezes colocamos nossas vidas no “piloto automático”, e vamos seguindo adiante sem sondar nossos corações para fazer um exame cauteloso da nossa fé com a ajuda de Cristo e de Sua Palavra. Deus requer dos Seus filhos um viver autêntico, e que tudo que seja feito para Ele tenha significado e propósito para nossas vidas.
O auto-engano é um veneno mortal. A vida cristã autêntica é fruto do entendimento correto sobre a fé em Cristo. Não podemos desvincular a fé em Cristo de nossas práticas diárias. Não podemos desvincular a fé em Cristo do culto que prestamos a Ele. Não podemos desvincular a fé em Cristo da maneira como nos relacionamos com as pessoas. Não podemos desvincular a fé em Cristo do serviço que a Ele entregamos. Não podemos desvincular a fé em Cristo da forma como fazemos para ganhar dinheiro.
Um cristianismo de fachada certamente levará a um céu de fachada. Nada compensa um viver sem autenticidade. Nada compensa cultivarmos hábitos religiosos se o nosso coração continua distante de Deus. A busca por mera performance religiosa vai nos levar a uma vida hipócrita e sem significado. Neste diagnóstico que Deus faz do seu povo, Ele percebe a falta de autenticidade. Será que o Senhor vê autenticidade em nosso viver? Será que o que cantamos aos domingos reflete o nosso compromisso em agradá-lo durante toda a semana? Infelizmente, muitos entram e saem do culto com corações vazios.

2)     O PROCEDIMENTO OBSCURO (VS. 15)
O sábio Salomão escreveu: “Porque os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor, e ele considera todas as suas veredas” (Pv. 5:21).
Você já ouviu a expressão “esqueletos no armário”? A expressão, corrente nos países de língua inglesa, indica um segredo virtualmente vergonhoso e potencialmente destrutivo e se exposto, que alguém não deseja que venha à tona. Na Inglaterra no início do século XIX, os ladrões de cadáveres roubavam esqueletos de cemitérios para uso em pesquisa médica e forneciam aos médicos esqueletos “ilegais” que eram prontamente escondidos em “armários”.
No cristianismo bíblico não há espaço para esqueletos no armário. Devemos cultivar com afinco a transparência e integridade em nosso viver para que não sejamos pedra de tropeço. O sábio Salomão deixou uma advertência clara: “Quem anda em integridade anda seguro, mas o que perverte os seus caminhos será conhecido” (Provérbios 10:9). Apesar das investidas sensuais da mulher de Potifar, José não cedeu aos apelos porque temia a Deus e não queria desagradá-Lo em hipótese nenhuma. Isto é ser íntegro! Mesmo quando a pressão dos ímpios é grande, quem possui integridade não vai deixar de lado o temor do Senhor por um prato de lentilhas. A pergunta é: “Quem é você quando ninguém está olhando?”
O Senhor conhece o nosso caminhar, e sabe muito bem quais são as nossas reais intenções do coração. Um viver íntegro é fruto desta compreensão. Não podemos ficar escondendo esqueletos no armário pensando ingenuamente que estamos “bem na foto”, porque nossos atos e pensamentos não passam despercebidos diante do Senhor.

3)     A RIDÍCULA PETULÂNCIA (VS. 16)
No cristianismo, não há espaço para petulância da nossa parte. Humildade na relação com Deus significa que temos consciência da nossa real posição de escravos. Deus é o Senhor, nós não somos. Precisamos permanecer em nosso lugar. Muitos levantam a voz diante de Deus, com suas arrogantes conclusões e com isso desconsideram a superioridade do Senhor. Quem somos nós para insistirmos em agir com orgulho, querendo colocar Deus contra a parede. Devemos entender de uma vez por todas, que Deus sem eu e sem você vai muito bem obrigado. Eu não posso dirigir-me a Ele de qualquer forma, pensando que sou dono do meu próprio nariz (Jó 38: 1-2).
Muitos estão “decepcionados com Deus” e tentam forçar Deus a agir de alguma forma mais cômoda ou conveniente. Somos pó e ao pó retornaremos. Muitas vezes com nossas atitudes estamos demonstrando nossa ridícula petulância, buscando a todo custo a autopromoção e o reconhecimento público, roubando a glória que somente a Deus é devida. O oleiro trabalha e molda o barro da forma que lhe apraz (Jr. 18:1-4), sem dever explicações. O escravo reconhece o seu lugar, e portanto sabe que nada tem que exigir ou determinar.

MARCOS AURELIO DE MELO
HOMILIA PARA O CULTO DE ORAÇÃO  31/10/12

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