sábado, 5 de janeiro de 2019

RECONCILIAÇÃO

Na carta aos Romanos, o apóstolo Paulo declara essencialmente que a própria vontade soberana de Deus é o objetivo básico da reconciliação: “Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação.” (Rm. 5:10,11). A reconciliação é necessária, entre duas partes, quando ocorreu algo que causou o rompimento e fez com que uma ou ambas as partes se tornassem hostis uma a outra. A transgressão de Adão no Eden causou a hostilidade e o rompimento na relação entre todo homem e Deus.

A palavra reconciliar (em grego, katallasso) significa “mudar” ou “trocar”. A troca não inclui nada que o pecador possa realizar, mas apenas o que ele aceita. Expressando isso de outra forma, a reconciliação com Deus não é algo que os pecadores possam realizar quando decidem parar de rejeitar a Deus. Ao contrário, é algo que somente Deus efetua quando Ele decide aceitar os pecadores que se arrependeram e creram.

Onde quer que encontremos a palavra reconciliação no Novo Testamento, Deus sempre será aquele que toma a iniciativa no processo de reconciliar. Ele é o único que remove a culpa, pois Ele é por natureza compassivo e gracioso. Deus fez com que a reconciliação fosse possível por intermédio de seu Filho porque Jesus Cristo é único mediador que poderia intermediar a relação entre Deus e o homem (At. 4.12). A menos que a santa justiça de Deus fosse satisfeita, mediante o sacrifício perfeito do Cordeiro de Deus na cruz, nenhuma pecador poderia ser reconciliado. A morte de Jesus foi a clara expressão do amor eterno que resolveu reconciliar o homem com Deus, um plano traçado desde antes da fundação do mundo.

Todo o Novo Testamento esclarece que foi Deus que chamou, foi Deus que enviou seu Filho e foi Deus que salvou o homem. Toda a glória deve ser dada a Ele como fonte da reconciliação. A Ele devemos ser sempre gratos pelo ato unilateral em favor do pecador, trazendo o homem para perto de Si, por meio da bendita reconciliação possibilitado por intermédio de Cristo Jesus.

Curiosidade Bíblica:
Paulo é o único escritor neotestamentário que emprega os termos katallasso e katallage, que significam reconciliação ou reconciliar. Na teologia paulina, a reconciliação com Deus é o ápice da revelação do Evangelho e se tornou fundamental para explicar a salvação do homem. A ideia de reconciliação com Deus parte da constatação de que o ser humano está afastado, totalmente impedido de chegar até Deus por seus próprios méritos de justiça.

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