quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Contracultura cristã

Comentando sobre o discurso mais conhecido de Jesus, o Sermão do Monte, John Macarthur nos apresenta um resumo bem claro das palavras do Mestre. Observe que Jesus deixou evidente que a mensagem do cristianismo que Ele mesmo inaugurou é diametralmente oposta a tudo que este mundo defende e valoriza.

Os “pobres em espírito” (v. 3) são os que sabem que não têm recursos espirituais próprios. Os que choram” são pessoas contritas, que realmente sofrem por causa de seus próprios pecados. Os humildes” (v. 5) são os que realmente temem a Deus e sabem que não são dignos à luz da santidade de Deus. Os que têm fome e sede de justiça” (v. 6) são os que, tendo se desviado do pecado, anseiam o que Deus ama. Essas quatro bem-aventuranças são qualidades internas da fé autêntica. Descrevem o estado do coração do cristão. Mais especificamente, descrevem como o cristão se vê diante de Deus: pobre, triste, humilde e com fome.

As últimas quatro bem-aventuranças descrevem as manifestações externas dessas qualidades. Concentram-se principalmente no caráter moral do cristão e descrevem como deveria ser o cristão autêntico para um observador objetivo. “Os misericordiosos” (v. 7) são os que, como beneficiários da graça de Deus, estendem essa graça aos outros. “Os puros de coração” (v. 8) descrevem pessoas cujos pensamentos e ações são caracterizados pela santidade. “Os pacificadores” (v. 9) referem-se principalmente àqueles que espalham a mensagem da “paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1) — que é a única paz verdadeira e duradoura. E, obviamente, “os perseguidos por causa da justiça” (Mateus 5:10) são cidadãos do reino de Cristo que sofrem por causa de sua associação e de sua fidelidade a Ele. O mundo os odeia porque odeia Cristo (João 15:18; 1 João 3:1,13).

A ordem é significativa. Quanto mais à risca a pessoa viver de acordo com as sete primeiras bem-aventuranças, mais sofrerá a perseguição mencionada na oitava. Todas essas qualidades divergem radicalmente dos valores do mundo. O mundo valoriza mais o orgulho do que a humildade, ama a alegria ao pranto, acredita que a agressividade obstinada é superior à verdadeira mansidão e prefere a satisfação dos prazeres da carne a uma sede da verdadeira justiça. O mundo considera com total desprezo a santidade e a pureza de coração, desdenha todo pedido de paz com Deus e constantemente persegue quem é, de fato, justo. Jesus não poderia ter inventado uma lista de virtudes que estivesse mais em desacordo com sua cultura.

 

JOHN MACARTHUR
LIVRO: A OUTRA FACE DE JESUS

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