terça-feira, 22 de setembro de 2015

A MENTE COMO INSTRUMENTO DE ADORAÇÃO

Paulo argumenta que os cristãos de Corinto não desprezem o recurso da razão no culto prestado ao Senhor. A mente do crente não deve ficar infrutífera no processo de santificação e adoração. Vejamos algumas afirmações de Paulo sobre o assunto em 1 Coríntios 14:

“Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente.” (vs. 15)

“Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com meu entendimento para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua” (vs. 19)

“Irmão, não sejais meninos no juízo, na malícia, sim, sede crianças; quanto ao juízo, sede homens amadurecidos” (vs. 20)

Note a palavra “juízo” neste versículo que significa: a mente, a faculdade de perceber e julgar (phern - de uma raiz arcaica que significa controlar, frear). A ideia por traz do termo é que o uso adequado da razão funciona como um controle ou freio para evitar disparates.

A profecia deveria ser julgada com a mente, tendo como parâmetro a coerência com o ensino de Cristo e dos apóstolos. Para nós hoje, os parâmetros precisam ter como ponto de partida e chegada a Palavra de Deus completa e suficiente em si mesma. Portanto, o uso da mente é imprescindível. Até mesmo nossas emoções devem passar pelo crivo da mente, para que possam ser identificadas como legítimas ou não.

O que observamos em nossos dias é o total desprezo pelo juízo do que é dito ou pregado. Doutrinas nascem aleatoriamente e são aceitas sem critério por pessoas que não se interessam em checar as Escrituras com suas mentes. Há uma supervalorização das experiências individuais e do pragmatismo, em detrimento da necessidade do juízo coerente.

O raciocínio dado pelo Senhor não deve ser relegado a segundo plano, porque é através da mente que prestamos um culto racional e aceitável a Deus. Fomos presenteados com a razão para que não sejamos infrutíferos no nosso relacionamento com o Senhor. Não somos salvos sem que a verdade do Evangelho penetre nossas mentes e também não somos santificados sem que nossas mentes sejam encharcadas com a essência do Evangelho.

A confusão e desordem no meio da igreja é resultado direto do desprezo à instrução bíblica e da falha em exercitar o juízo adequadamente. Que sejamos cristãos cada vez mais influenciados pela verdade bíblica, tendo nossas mentes sempre cheias de verdades e princípios úteis para nos guiar nesta curta peregrinação na terra. Nós fomos chamados a pensar utilizando toda a capacidade dada por Deus para ponderar e compreender sob a supervisão do Espírito Santo. Portanto, adoremos ao Senhor em espírito em verdade, certos de que Ele receberá o culto prestado que está em harmonia com os parâmetros das Escrituras.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

CORRUPTOS DESDE O BERÇO

Muitos conhecem o famoso ditado “o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente”, da pena do historiador católico John E. E. Dalberg Acton, ou simplesmente Lord Acton. Mas não concordo com a frase. Estou alicerçado no que a Bíblia mostra sobre a natureza já corrompida do homem desde o seu nascimento. Portanto, o poder não corrompe. Na verdade, ele mostra quem você nós somos.

A natureza corrupta de Adão transferiu-se a todos os seus descendentes. Hoje, eu e você, somos herdeiros desta total depravação do coração humano, que tende sempre a buscar caminhos alternativos longe da submissão a Deus. Sendo assim, o homem é totalmente escravo, ou melhor um escravo totalmente depravado, vendido à escravidão do pecado. O homem não tem nada de bom em si que advogue em seu favor para resultar em algum mérito diante do Senhor da glória. Somos totalmente carentes da glória de Deus, e estamos muito distantes e fazer o que é agradável ao Senhor com base em nossos maiores e melhores esforços.

Somente a graça transmuda um coração depravado em um coração moldável pela verdade divina. A graça traz luz ao coração em trevas e derruba todos os muros erguidos em prol da justiça própria. Esta preciosa graça destrona o reinado do "eu" e faz-nos enxergar a essência do discipulado proposto por Cristo: negar a si mesmo é o caminho para um viver autêntico e significativo.

Os tempos mudam, mas a relevância das Escrituras permanece evidente. Somente por meio da graça abundante de Cristo há solução efetiva para a total depravação humana. Continuamos pecadores enquanto estivermos neste mundo vil, mas agora somos pecadores agraciados com o perdão irresistível providenciado pelo próprio Deus. Com base neste perdão gracioso e imerecido, temos plenas condições de sermos sal e luz neste mundo corrompido e sem direção, que se aproxima da calamidade moral e espiritual. Assim sendo, que sejamos referenciais como cristãos, cujas vidas estão sempre apontando para Cristo, autor e consumador da nossa fé.