sexta-feira, 27 de junho de 2014

O mal existe

Se Deus não criou os seres humanos, a teoria da evolução informa que surgimos por meio de um processo de seleção natural — o que quer dizer que certas criaturas mais adaptadas a seu ambiente são mais propensas a sobreviver e a se reproduzir. Neste mundo, não há nenhum “bem” e nenhum “mal”. A única coisa que importa é saber se ou quanto você consegue se reproduzir antes de morrer.

Isso significa que, se Deus não nos criou, não podemos logicamente falar do ponto de vista de bem versus mal. Por quê? Pela mesma razão básica pela qual, a menos que a luz exista, não faz sentido falar de escuridão. Não podemos definir o mal sem um bem que se ponha em contraposição a ele. E isso significa que deve haver alguma realidade externa e objetiva pela qual o bem e o mal possam ser mensurados. A Bíblia identifica essa realidade externa e objetiva como Deus. A Bíblia diz que Deus é santo, que Deus é amor, que Deus é misericordioso, paciente e bondoso. Tudo o que é diferente de Deus e se opõe a ele é mau.

Assim, quando uma mulher afoga seus quatro filhos sistematicamente, um após o outro, ficamos horrorizados. As mães não podem fazer uma coisa dessa. Todos sabemos que esse ato é profundamente mau. Por mais confusa ou mentalmente instável que a mulher estivesse, o que ela fez foi mau. Reagimos de maneira semelhante às atrocidades do racismo, da escravidão, da opressão, da separação de classes, do genocídio e do tráfico de crianças. Sabemos que são coisas más.

Mas como sabemos? Por que pessoas de todas as culturas ao longo da história sabem que algumas coisas são boas e outras más? Se simplesmente evoluímos pela seleção natural, essas categorias têm pouco ou nenhum sentido. Mas, se fomos criados por um Deus santo e bom, elas fazem todo o sentido.

A pessoa que vê o mal no mundo e conclui que não há Deus entendeu tudo errado. A existência do mal não nos informa que não há Deus. Antes, nossa capacidade de reconhecer o mal nos informa justamente que há um Deus.

Assim, quando alguém diz que viu males tão chocantes a ponto de precisar concluir que Deus não existe, essa pessoa ainda não lidou com o problema subjacente — a existência do mal. A resposta intelectualmente coerente é admitir, por mais irônico que pareça, que, como o mal existe, Deus precisa também existir.

A soberania de Deus na história

TEXTO-BÍBLICO: “Tua, SENHOR, é a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu, SENHOR, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos.” (1 Crônicas 29:11)

OBJETIVO: Mostrar que a soberania de Deus está diretamente relacionada com a história deste mundo e que nenhum evento histórico está fora do conhecimento e controle do Senhor.

INTRODUÇÃO

Quando pensamos acerca do que está acontecendo no mundo, não deveríamos começar a explicá-lo desde uma perspectiva meramente humana, porque se assim o fazemos, jamais compreenderemos esta vida. Porém, se começarmos com Deus e depois O relacionarmos com o mundo, começaremos a compreender que nenhum evento da história consegue surpreender o plano perfeito do Rei dos reis. Por Deus ser quem Ele é, Soberano e Senhor acima de todos, Seu plano certamente se desenrolará ao longo da história.

O escritor A. W. Pink definiu soberania da seguinte forma:

“Pode-se definir a soberania de Deus como o exercício de Sua supremacia. Sendo infinitamente elevado acima de todas as criaturas, Ele é o Altíssimo, o Senhor dos céus e da terra. Não sujeito a ninguém, não influenciado por nada, absolutamente independente: Deus age como Lhe apraz, somente como Lhe apraz, sempre como Lhe apraz.”

Deus está controlando tudo conforme um plano perfeito ou está continuamente mudando este plano? A história surpreende o plano de Deus? Neste estudo, veremos que Deus está controlando tudo de acordo com a Sua vontade eterna, e que nada foge do Seu controle soberano.

O DEUS QUE CONTROLA A HISTÓRIA

"Porque dEle e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém." (Romanos 11:36)

Alguns estudiosos da Bíblia já desistiram de crer na Soberania de Deus ao longo da história. Muitos não conseguem conciliar um Deus bondoso e soberano, que poderia retirar da história da humanidade capítulos nefastos como, por exemplo, a tragédia do holocausto de milhões de judeus. As tragédias naturais e as guerras que dizimaram populações em vários países do globo são utilizadas como argumento para não atribuir a Deus o controle soberano sobre a sua criação. Muitos afirmam que Deus não tem poder sobre estes eventos. Mas o que a Bíblia nos afirma?

A Bíblia nos diz em Provérbios 16:4 que Deus fez todas as coisas para Si mesmo. Em Apocalipse 4:11 diz que Deus criou todas as coisas para Seu próprio prazer. Quando criou o mundo e especialmente quando criou o homem, tinha a intenção de manifestar a Sua própria glória. Sendo assim, para que a glória do Senhor seja manifesta em todo o esplendor que lhe é devido, a história não pode seguir um curso errante, como um navio à deriva. A história não é dirigida pelo acaso nem avança para o caos. A história tem um timoneiro: Deus está assentado sobre um alto e sublime trono e Ele tem as rédeas da história em suas mãos.

Deus é quem levanta reis e destrona reis; ele é quem levanta impérios e os abate. O Rei dos reis governa a história para que a glória seja toda Dele. O salmista reconheceu que não há rei senão o Senhor, por isso em muitos salmos existe a exaltação do Rei de toda a terra (por exemplo: Sl. 10:16; Sl. 22:28; Sl. 45:6; Sl. 47:7). Sem eximi-los da responsabilidade por seus atos, até os reis humanos são levados a cumprir os propósitos do Rei Eterno: “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR, que o inclina a todo o seu querer.” (Provérbios 21:1)

A soberania de Deus se expressa na realização do seu plano para a história, mesmo que imperceptível (Isaías 46.10-11). A maior expressão desta soberania foi o envio do Seu Filho ao mundo, na plenitude dos tempos (Gálatas 4.4), isto é, no tempo em que achou mais apropriado. Seu plano continuará até que todas as coisas e os eleitos encontrem em Cristo seu ponto de convergência (Efésios 1.10), para louvor da glória de Deus. É interessante notar que toda a narrativa bíblica aponta para a pessoa bendita de Cristo Jesus, que é o resplendor do Pai. A história da redenção está se desenvolvendo com a participação ativa do Deus soberano, que consumará o Seu plano por toda a eternidade.

OS PERIGOS DO TEÍSMO ABERTO

O Teísmo Aberto ou Teologia Relacional é um ensino relativamente novo no cenário, dizendo que Deus criou o mundo e perdeu o controle sobre ele. Além disso, afirma que Deus aprende e se surpreende com o que acontece no mundo, pois Ele não sabe o que vai acontecer na história. Esta linha teológica ganhou muitos seguidores, principalmente após o desastre provocado pelas ondas Tsunamis, que devastou a costa de vários países asiáticos no final de 2004.

Tal ensino teológico-filosófico apresenta um “Deus” que, por amor, dotou o homem de completa autonomia e se abriu para novas experiências, dentre elas, a de conhecer progressivamente os acontecimentos históricos, à medida que eles se processam, colocando em cheque atributos divinos essenciais, tais como sua soberania, onisciência, providência e imutabilidade, dentre outros.

Este ensino enganador esconde perigos mortais. Entre os pontos principais da Teologia Relacional, estão os seguintes:

1. O atributo mais importante de Deus é o amor. Todos os demais estão subordinados a este. Isto significa que Deus é sensível e se comove com os dramas de suas criaturas.

2. Deus não é soberano. Só pode haver real relacionamento entre Deus e suas criaturas se estas tiverem, de fato, capacidade e liberdade para cooperarem ou contrariarem os desígnios últimos de Deus.

3. Deus ignora o futuro, pois ele vive no tempo, e não fora dele. Ele aprende com o passar do tempo. O futuro é determinado pela combinação do que Deus e suas criaturas decidem fazer.

4. Deus se arrisca. Ao criar seres racionais livres, Deus estava se arriscando, pois não sabia qual seria a decisão dos anjos e de Adão e Eva. E continua a se arriscar diariamente.

5. Deus é vulnerável. Ele é passível de sofrimento e de erros em seus conselhos e orientações. Em seu relacionamento com o homem, seus planos podem ser frustrados.

6. Deus muda. Ele é imutável apenas em sua essência, mas muda de planos e até mesmo se arrepende de decisões tomadas. Ele muda de acordo com as decisões de suas criaturas, ao reagir a elas.

Estes pontos são esclarecidos e refutados com uma análise criteriosa de alguns textos bíblicos dentro do seu contexto, como por exemplo: Is. 14:27; Is. 46: 8-11; Ex. 3: 19-20; Sl. 139; Dn. 11; Jo. 13: 19 e 38; Jo. 18:4. O Teísmo Aberto não oferece nenhuma esperança ao homem, pelo contrário, o coloca numa situação de desespero. Somente o ensino bíblico genuíno traz paz real e alento ao coração, conforme se depreende dos seguintes textos bíblicos: Sl. 62; Rm. 4:18-21 e 1 Pe. 1:3-9.

ILUSTRAÇÃO

A história de José descortina diante de nós a soberania de Deus na história. Seus irmãos o odeiam, colocam-no em um poço seco para que morra, mudam de idéia, o vendem para mercadores que o levam para o Egito. No Egito, acusado injustamente, ele vai parar na prisão – de escravo a encarcerado. Depois disso José é conduzido ao cargo de governador de todo o Egito. Seus irmãos, em busca de comida, voltam a se encontrar com José e são por ele abençoados. Na história de José observamos que não houve “coincidências”, pois a boa mão do Senhor controlou os detalhes para que os Seus soberanos propósitos fossem levados a efeito.

Até reis ímpios foram escolhidos por Deus para cumprirem os Seus eternos propósitos. Foi assim na história do rei Ciro, que o Senhor escolheu para tirar seu povo do cativeiro babilônico: “Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela sua mão direita… Eu o despertei em justiça e todos os seus caminhos endireitarei; ele edificará a minha cidade e soltará os meus cativos não por preço nem por presentes, diz o Senhor dos Exércitos” (Is. 45: 1 e 13). Ciro publicou um decreto no primeiro ano do seu reinado, permitindo que os israelitas retornassem do cativeiro para a sua terra natal.

Outro fato interessante que mostra claramente a soberania de Deus na história está registrado no diálogo entre Jesus e Pilatos em João 19: 10-11: “Disse-lhe, pois, Pilatos: Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho autoridade para te crucificar e tenho poder para te soltar? Respondeu Jesus: Nenhuma autoridade terias contra mim, se do alto não te fosse dado.” Em outras palavras, Jesus afirma que a autoridade de Pilatos estava atrelada aos propósitos soberanos de Deus na história. De fato, Pilatos tinha autoridade, assim como Herodes, os sacerdotes e os soldados romanos. Mas esta autoridade sempre esteve subordinada à vontade do Deus soberano. Diante de todos eles, Jesus não ficou intimidado porque o plano de Deus seria cumprido de forma cabal.

ALGUMAS APLICAÇÕES

É bem verdade que muitas vezes nos esquecemos dessa importante implicação acerca do Deus a quem professamos seguir e servir. Os acontecimentos em toda a história dos homens não foram para Deus desconhecidos ou surpresas. O salmista já diz: “não dormita e nem dorme o guarda de Israel”. Deus não cochila, Ele está atento e controlando a história do Seu trono de glória.

Ao contemplarmos tão grande maravilha sobre a soberania de Deus nos eventos da história, devemos dar-lhe honra e louvor (1 Tm. 6:16b), que quer dizer: celebrar a verdade da Sua soberania, uma vez que a Sua honra e o Seu poder já são absolutos. Precisamos nos prostrar ante Sua majestade, adorá-Lo e exaltá-Lo como Rei supremo (Jó 42.1-6).

Além disso, devemos confiar que Ele fará, na história deste mundo e nas nossas histórias, como Lhe apraz (Isaías 46.11), ou seja, como Ele quer. Toda a Bíblia confirma esta verdade: “O nosso Deus está nos céus; ele faz tudo o que lhe apraz” (Salmo 115.3). A certeza do cuidado soberano de Deus sobre nossas vidas deve encher nosso coração de gratidão e louvor. Deus cuida de seu povo para que possamos continuar amando-O e servindo-O, cumprindo assim o Seu plano. A certeza da soberania divina nos outorga plena segurança: nem tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada, nada poderá nos separar do amor infalível de Cristo por nós (Rm. 8:35).

O medo e a ansiedade quanto ao futuro são excluídos do nosso coração quando confiamos inteiramente que nada será uma surpresa para o nosso Deus. Os planos de Deus não serão frustrados pelas circunstâncias adversas que enfrentarmos neste mundo. “O justo não temerá más notícias; o seu coração está firme, confiando no SENHOR.” (Salmo 112:7).

Deus planejou manifestar a sua bondade através da salvação de muitas pessoas pecadoras. E sendo que Deus sempre tem controlado o mundo desde a criação, Ele é perfeitamente capaz de executar seu plano de salvar a muitos pecadores dos seus pecados. Cada história de conversão ao Senhor é fruto da graça de Deus operando nos corações de forma sobrenatural, para que neles resplandeça a glória de Cristo. Ele dá ao Seu povo eleito vida espiritual, poder, direção e proteção, para que a história pessoal de cada convertido seja um testemunho claro da soberana salvação efetuada pelo Senhor.

CONCLUSÃO

A história tem rumo certo. Deus não criou o mundo e abandonou este planeta e suas criaturas ao acaso. Que o Senhor abra os olhos da nossa fé para enxergamos que a Sua mão soberana não está inoperante na história. Quanto mais clara for a visão que temos da soberania e do poder de Deus, menos temeremos os problemas da terra e mais produtivos seremos para o reino do Senhor.

VERSÍCULO PARA DECORAR:

“Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade.” (Isaías 46.9-10)

terça-feira, 24 de junho de 2014

Evidências da salvação

Os homens precisam ser salvos de si mesmos; precisam ser salvos dos hábitos que se transformaram em suas correntes; precisam ser salvos de suas tentações; precisam ser salvos do temor e das ansiedades; precisam ser salvos de seus próprios desatinos e erros.

Barclay, em seu Comentário sobre 1 João.


Salvação implica necessariamente em mudança de vida e de postura. A operação sobrenatural do Santo Espírito que regenera o homem e transforma o seu coração, por meio da graça, traz consigo mudanças cruciais. Não existe um só salvo que não tenha vida diferente. Do contrário, podemos afirmar sem sombra de dúvidas, nunca houve salvação com base no sacrifício expiatório de Cristo Jesus.

A Bíblia como um todo enfatiza o lado prático da salvação, visível por todos que nos rodeiam. Os nossos amigos, familiares, colegas de trabalho ou irmãos da mesma igreja devem enxergar em nós o que Cristo transformou. Não podemos ficar inertes no progresso cristão, escondidos em nossas desculpas medíocres, pensando que a salvação está garantida e carimbada, mesmo que faltem evidências de posturas condizentes com o nome e a glória de Cristo. Um viver de fachada, para "inglês ver", certamente nos levará a um céu de fachada. Mas quando há coerência e virtudes autênticas na vida de alguém que deseja espelhar a imagem de Cristo, o seu testemunho é notório e digno de consideração.

O evangelicalismo moderno, com a ênfase em triunfalismo e prosperidade material, tem deixado de lado o que a Bíblia mais ensina para o viver do cristão, que é a necessidade de santificação contínua e progressiva. Vivemos uma época de falsos pressupostos, que enterram verdades primárias da fé cristã, em prol de um discurso motivacional vazio e sem efeitos duradouros na vida das pessoas. Envolvidos neste turbilhão de emocionalismo e humanismo, muitos tem sido iludidos pela pregação light que não desafia a um combate diário contra o pecado e contra o mundanismo.

Será que Cristo requisitou para Si discípulos que não evidenciam nenhum progresso em sua caminhada diária? Creio firmemente que não, pois aqueles que Ele verdadeiramente chamou serão santificados pelo poder da graça eterna que redimiu um povo para propriedade exclusiva do Senhor. Estes são promotores da verdade onde quer que andem, vivendo em honestidade e honrando a Cristo em todas as suas decisões, pois o seu objetivo é sempre satisfazer a ELE, Autor e Consumador da fé.

terça-feira, 10 de junho de 2014

O anseio mais profundo

O anseio mais profundo do coração humano é conhecer e apre­ciar a glória de Deus. Fomos feitos com essa finalidade. Diz o Senhor Deus: “... De longe tragam os meus filhos, e dos confins da terra as minhas filhas [...] a quem criei para minha glória...” (Is 43.6,7; grifo do autor). Para vê-la, para prová-la e para procla­má-la — é por isso que existimos. As insondáveis e incalculáveis extensões do Universo criado por Deus não passam de uma ale­goria acerca das inesgotáveis "riquezas de sua glória" (Rm 9.23). O olho físico deve dizer ao olho espiritual: ‘Não a este, mas ao Criador deste, é o desejo de tua alma’. Paulo disse: “... e nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.2). Ou, mais precisamente, ele disse que Deus nos “preparou de antemão para glória” (Rm 9.23). E por isso que fomos criados — para que Deus pudesse “tornar conhecidas as riquezas de sua glória aos vasos de sua misericórdia” (Rm 9.23).

Cada coração humano anseia por isso. Mas nós reprimimos e desprezamos “o conhecimento de Deus” (Rm 1.28). Por conse­guinte, toda a criação está em desordem. O exemplo mais visível disto na Bíblia é a desordem de nossa vida sexual. Paulo diz que trocar a glória de Deus por outras coisas é a principal causa da desordem homossexual (e heterossexual) de nossos relacionamen­tos. “... Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. [...] os homens também abando­naram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros” (Rm 1.26,27). Se trocarmos a glória de Deus por coisas banais, ele nos abandonará a uma vida de depra­vação — que espelhará, em nossa miséria, a derradeira traição.

A questão principal é esta: Fomos criados para conhecer e valorizar a glória de Deus acima de todas as coisas; e quando trocamos esse tesouro por imagens, tudo fica em desordem. O sol da glória de Deus foi feito para brilhar no centro do sistema solar de nossa alma. E quando ele brilha, todos os planetas de nossa vida giram corretamente em torno de sua órbita. Mas quando o sol muda de lugar, todas as outras coisas se desorganizam. A cura da alma começa quando a glória de Deus volta a ocupar o seu lugar no centro, cujo resplendor atrai tudo para si.


Autor:
John Piper

sábado, 7 de junho de 2014

Não viva uma mentira

Desde que nascemos temos a tendência a mentir e enganar as pessoas ao nosso redor para obter alguma vantagem. A mentira está presente nas mais diversas situações: desde a criancinha que mente para o pai para não ser punida, até o adulto que engana outros ou a si mesmo para não passar por algum sofrimento. Muitas pessoas já se acostumaram tanto com a mentira que os relacionamentos amorosos e de amizade são totalmente falsos, os passos na vida são tortuosos e cheios de engano. A mentira em vários momentos é contada para não trazer danos ao mentiroso, e por isso ela tem um poder viciante.

O maior mentiroso que existe é o Pai da mentira, o próprio Diabo. Ele sabe construir armadilhas enganosas para desviar o homem do rumo certo. Foi assim lá no jardim do Éden quando ele tentou Eva. Inicialmente, ele distorceu as palavras de Deus e acrescentou a sua própria versão dos fatos. Ou seja, ele mentiu de maneira sutil para Eva, e ela prontamente aceitou aquela proposta de comer do fruto da árvore que Deus claramente tinha proibido.

Os cristãos, entretanto, devem viver na verdade, pois Deus condena com rigor a mentira. No livro de Provérbios há várias advertências sérias contra a mentira. Vamos ver alguns textos:

“A falsa testemunha não ficará impune, e o que profere mentiras não escapará.” (Pv 19:5)

“A testemunha verdadeira não mente, mas a falsa se desboca em mentiras.” (Pv 14:5)

“O justo aborrece a palavra de mentira, mas o perverso faz vergonha e se desonra.” (Pv 13:5)

O crente precisa ser conhecido pela firmeza da sua palavra: O SIM deve ter valor de SIM, e o NÃO deve ter valor de NÃO. A mentira é extremamente perniciosa para os relacionamentos, e provoca inúmeras dificuldades, aflições, desunião e tristeza dentro da igreja.

Sair espalhando mentiras é anticristão e uma atitude totalmente reprovada por Deus. Mas eu gostaria de lembrar que acreditar em mentiras é perigoso da mesma forma. Portanto, devemos julgar todas as coisas que ouvimos à luz da verdade da Palavra de Deus. Ele é o Deus que não pode mentir, que preza pela verdade em toda a Bíblia. Por isso, não creia em falsas promessas que muitos tem feito por aí, prometendo que o crente não vai passar por doença, dificuldades ou provações. Os falsos pregadores, que espalham mentiras e dizem o que Deus nunca disse, certamente sofrerão as consequências de terem enganado tantas pessoas.

Portanto, precisamos evitar então os dois extremos: falar mentiras desonra a Deus tanto quanto acreditar em falsos ensinos que não batem com as Escrituras. Deus requer dos Seus filhos que se comuniquem com base na verdade e que sejam criteriosos com tudo o que lhes chega aos ouvidos.