No dia 10 de setembro deste ano sofri um acidente automobilístico nas proximidades de Arcoverde - PE. Eu, minha esposa e um casal da nossa igreja com sua filhinha estávamos voltando de um fim de semana na praia de Tamandaré, litoral sul de Pernambuco, quando colidimos de frente com um caminhão 1620, por volta de 12:40h. O carro ficou destruído com o impacto da colisão, mas graças a Deus todos que estavam no carro saíram andando e conscientes, apenas com dores e contusões pelo corpo. Eu fraturei o antebraço esquerdo e tive que ser submetido a uma cirurgia, mas já estou bem recuperado.
Mas não quero tratar aqui sobre o acidente em si. Quero tratar da grandeza e misericórdia de Deus. Ninguém que estava no carro pode alegar que merecia ser salvo ou sair ileso, pois todos nós somos miseráveis pecadores diante de um Deus tão puro, justo e santo. Quando saí do carro após a colisão, minhas primeiras palavras foram "Ai, meu Deus", um misto de dor e percepção da Sua bondade, pois sei que se não fosse o livramento proporcionado pelo Senhor, teria morte instantânea. Ao relembrar-me de tudo que aconteceu naquele dia, a gratidão ao Senhor enche o meu coração pela oportunidade de viver mais alguns dias (não sei quantos, e nem quero saber), e aumenta também a responsabilidade para fazer da minha vida um reflexo cada vez maior da glória de Deus. Quero utilizar este episódio marcante em minha história para engrandecer ao Senhor e então fazer o que Lhe agrada cada vez mais. Sei que estou muito aquém do que Ele requer de mim, e por isso prossigo para o alvo, avançado para alcançar maior maturidade espiritual. Deus foi imensamente gracioso, e não posso ficar sem responder em conformidade com tanta graça recebida.
A bondade de Deus não se revela somente quando alguém sai ileso de um acidente tão grave. A bondade do Senhor se manifesta diariamente em nossas vidas. Nós é que somos tardios em enxergar tamanho amor que é derramado constantemente. Deus continuaria sendo bom e justo, se eu tivesse morrido ou se qualquer outro ocupante do veículo estivesse preso às ferragens. A bondade de Deus não é evidente somente quando temos circunstâncias favoráveis em nosso viver, mas está ligada ao próprio caráter d’Ele que nunca mudará.
Sou um pequeno vaso, imperfeito, rachado, que precisa ser moldado pelo Oleiro, da maneira que Ele achar melhor, e por isso entendo que este acidente é mais uma prova da Sua insistência em moldar o meu coração e transformar-me em um vaso útil a Ele. Deus poderia ter requisitado minha vida naquele dia, mas Ele ainda tem algo a trabalhar em e através de mim. Agradeço ao Senhor porque Ele renova sua misericórdia a cada novo amanhecer, utilizando situações assim para mostrar-me o quanto dependo de Sua imensa graça todos os dias. Sou um peregrino, caminhando em direção ao lar. Enquanto estou aqui preciso ser uma testemunha do poder e graça de Deus, que realizou o maior milagre em minha vida, no dia em que Ele fez de mim uma nova criatura pelo poder da regeneração em Cristo Jesus, quando pela fé reconheci a minha triste condição de perdido pecador.
Sou grato, Senhor, pelo acidente, pelos ensinos que tenho aprendido, pela imensa bondade demonstrada. Mas sou muito mais grato pela vida eterna que foi comprada mediante o precioso sangue do Cordeiro, que sofreu a pena do meu pecado. Sou grato pelo grito que Jesus exclamou na cruz do Calvário “Está consumado!”, dando-me a certeza de que o preço foi pago e que já não há mais nenhuma condenação. Sou grato, Senhor, pelo conforto que tenho no coração, em saber que há uma herança incorruptível nos céus, que aguarda todo aquele que pela fé confia em Cristo como Salvador e Senhor. Sou grato, Senhor, por ser Teu filho e poder chamar-te de Pai, querido Pai.
Pela graça de Deus e para a glória d'Ele,
MARCOS AURÉLIO DE MELO
