segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O cuidado constante de Deus

Não dizem a eles mesmos: Temamos agora ao SENHOR, nosso Deus, que nos dá a seu tempo a chuva, a primeira e a última, que nos conserva as semanas determinadas da sega.

Jeremias 5:24

Alguém que está em coma espiritual deixa de perceber o cuidado de Deus e a Sua provisão

As Escrituras raramente usam a expressão "chove", mas em várias passagens lemos que Deus manda a chuva. (Mateus 5:45; Atos 14:17; Jó 28:26). Neste passagem bíblica no livro de Jeremias, lemos que Deus dá a seu tempo as chuvas para possibilitar alimento ao povo. Em Mt. 5:45, lemos que Ele faz vir a chuva sobre justos e injustos. A linguagem bíblica para expressar o cuidado de Deus é terna e afetuosa. Deus cuida dos seus filhos nos mínimos detalhes, mas alguém que está em coma espiritual deixa de perceber a ação provisional de Deus na vida. O coma espiritual impede a consciência do homem de atentar para o gracioso cuidado diário de Deus para com os seus. A provisão de Deus em nossas vidas é uma grande bênção que não pode passar despercebida dos nossos olhos, em cada novo amanhecer.

Temos visto a graça do Senhor sobre as nossas vidas desde a provisão maravilhosa da salvação em Cristo Jesus. Fomos salvos pelo sangue redentor, que foi providenciado pelo próprio Deus, como pagamento por nosso pecado. O cuidado constante de Deus não é mero acaso, é uma prova de sua imensa fidelidade para conosco, seus filhos. Mas ainda assim, muitos cristãos passam a viver sem gratidão no coração, por causa do pecado que endurece a consciência e leva ao coma espiritual. Então, surgem o descontentamento e a murmuração, mesmo diante de tantas demonstrações do cuidado do Senhor. Paulo adverte-nos a cultivarmos o contentamento (1 Tm. 6: 7,8), e ele mesmo foi uma prova viva que Deus tem interesse em cuidar dos seus servos.

Reconhecer a graça de Deus sendo manifestada no Seu cuidado é uma grande prova de temor. Devemos ter convicção de que o Senhor cuida de nós, e nos coloca sob as suas asas (Sl. 36:7), nos oferecendo o seu cuidado e provisão constantes. Que possamos reconhecer a cada dia que não estamos entregues à própria sorte, e que o nosso Deus tem um interesse especial em nos prover com suas bênçãos. E afirmo que não há nada melhor do que ter confiança que Deus está conosco e não nos desampara nem por um momento. Se Ele retirasse o seu cuidado de nós, estaríamos totalmente perdidos.


MARCOS AURÉLIO DE MELO

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A rebeldia do coração

"Mas este povo é de coração rebelde e contumaz; rebelaram-se e foram-se."
Jr. 5: 23

Alguém que está em coma espiritual deixa de perceber a rebeldia do seu próprio coração


O povo de Israel vivia em desobediência constante e não se apercebia da penúria espiritual em que se encontrava. Esta é uma situação deplorável, pois o coração do homem, como é denunciado por Jeremias é totalmente enganoso. Não se pode confiar nele para encontrar soluções diante dos problemas da vida. O coma espiritual leva a pessoa a não perceber que o seu coração é a fonte de toda a rebeldia e obstinação contra Deus. Este estado de coma leva o homem a buscar explicações em vãs filosofias e em pensamentos humanistas, que se distanciam do diagnóstico bíblico sobre o coração do homem.

A Bíblia utiliza em várias passagens o simbolismo da cerviz endurecida, para ilustrar a grande rebeldia do povo de Israel (Jr. 7:26; Jr. 17:23; Jr. 19:15). A situação do coração não é nada boa, segundo a Palavra do Senhor. A rebeldia é algo inerente ao coração do homem, mas muitos não admitem tal afirmação. Na adolescência, por exemplo, os conflitos surgem com os pais e com outras pessoas por conta desta rebeldia que não foi domada nos primeiros anos da infância.

Nenhuma pessoa pode confiar no próprio coração, deixando que os intentos e propósitos internos dirijam o viver, sem amargar tristes resultados. Quem está em coma espiritual começa a enxergar valores bons no coração e a não temer as consequências dos seus atos de rebeldia. Então passa viver sem prestar contas ao Senhor, com o coração totalmente obstinado na prática de pecados. Mesmo diante da justa disciplina, a pessoa em coma espiritual declara a sua independência de Deus.

Quando a voz do coração começa a falar mais alto e damos atenção às suas propostas, é um claro sinal que um coma espiritual se aproxima. Começamos a focalizar muito o ego e a proclamar o evangelho da autoestima. Faz-se necessário que urgentemente busquemos a graça do Senhor em nossas vidas, que é suficiente para nos fazer submissos à vontade de Deus.


MARCOS AURÉLIO DE MELO


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O controle de Deus sobre a criação

"Não temereis a mim? -diz o SENHOR; não tremereis diante de mim, que pus a areia para limite do mar, limite perpétuo, que ele não traspassará? Ainda que se levantem as suas ondas, não prevalecerão; ainda que bramem, não o traspassarão."
Jeremias 5:24

Alguém que está em coma espiritual deixa de perceber o controle de Deus sobre a criação


A soberania de Deus sobre a criação é um fato por demais importante que logo deixa de ser percebido por alguém que está em coma espiritual. O ceticismo começa a tomar conta e não há espaço para louvar a Deus pelas maravilhas que foram criadas, não obstante as inúmeras provas do controle de Deus sobre todas as coisas. Há um eco destas palavras em Salmos 89: 8-9. no livro de Jó, encontramos textos muito ricos sobre a majestade de Deus sobre a criação (Jó 38:4-11). O pecado destrói a percepção da grandeza de Deus e do seu infinito poder, que tudo faz como lhe agrada. A consciência não desperta para perceber quão magnífico é o Senhor que tem em suas mãos o controle de todas as coisas.

Muitos cristãos estão buscando respostas em ideias erradas para explicar catástrofes naturais, como por exemplo, o tsunami. Teorias absurdas surgiram para explicar porque acontecem fatos trágicos neste mundo. Então criaram o Teísmo Aberto, para afirmar que Deus apenas criou o mundo natural com suas leis físicas e deu corda, sem interferir mais em nada. Outra ideia antibiblica que possui grande aceitação é o dualismo, que coloca Deus em constante guerra contra Satanás, como duas forças com a mesma intensidade, porém opostas. Então, o que acontece de ruim é explicado como obra de Satanás, e o que acontece de bom é explicado como ação de Deus. Mas este não é o Deus que a Bíblia nos apresenta. A Bíblia nos mostra um Deus soberano: Deus fez o mundo e continua controlando-o. Deus tem seus propósitos que fogem da nossa limitada compreensão, e não há nada que escape do Seu controle sobre a criação. Ele possui o direito de governar tudo tal como Ele quer. Deus é como o oleiro que tem o controle completo sobre o barro. Deus é soberano na forma em que usa o seu poder. Ele o usa como, quando e onde deseja.

Os cristãos precisam resgatar esta verdade tão importante que tem se desvanecido da mente daqueles que estão em coma espiritual. Tudo que foi criado serve para mostrar a glória de Deus, mas quem está em coma profundo, espiritualmente falando, não atenta para esta verdade. Devemos proclamar as verdades contidas em textos bíblicos como: Ap. 4:11; 1 Cr. 29:11: "Teu, SENHOR, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu, SENHOR, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos."

Em Provérbios 21:1 lemos que até os intentos dos reis são governados pela soberana mão do Senhor. Nem o aquecimento global, tão em evidência atualmente, foge do controle do Senhor. Como escreveu A. W. Pink, no seu livro Deus é Soberano: “Se ousarmos dizer que Deus não está controlando o mundo, então perderíamos toda a certeza de estabilidade. Se Deus não está controlando tudo, então tudo acontece por pura casualidade.”


MARCOS AURÉLIO DE MELO


terça-feira, 24 de novembro de 2009

Estado Vegetativo Espiritual

Nesta semana foi divulgada a notícia sobre um homem na Bélgica que passou os últimos 23 anos vivendo num suposto estado vegetativo, depois que os médicos erraram no diagnóstico (link da notícia). Este homem sofreu um acidente automobilístico e perdeu a coordenação motora, os movimentos dos membros e também a fala. Na verdade, ele conseguia ver, ouvir e sentir tudo o que se passava em sua volta, mas como não tinha como expressar isso, os médicos nunca mudaram o diagnóstico. Os médicos pensavam que estavam diante de um vegetal, mas afinal o homem estava consciente. Depois que o ligaram a um computador, o paciente começou a expressar-se: “Jamais esquecerei o momento em que foi identificado o que estava errado comigo – foi o meu segundo nascimento. Agora as pessoas sabem que não estou morto.” Resumindo, era uma mente saudável aprisionada num corpo paralisado.

Depois que li esta notícia comecei a pensar na triste situação que é viver em um Estado Vegetativo. Muitas pessoas em todo o mundo vivem nestas condições: apresentam apenas as funções básicas de manutenção da vida, como respiração e pulsação cardíaca, mas não possuem nenhuma consciência da realidade ao redor. É um estado inerte, sem reações, sem respostas aos estímulos, sem percepção nenhuma do que se passa em volta. Geralmente, o estado vegetativo é resultante de uma lesão cerebral grave, que atinge partes importantes do cérebro que são responsáveis pela consciência e a cognição.

Pensando em todo este contexto e analisando o texto bíblico em Jeremias 5: 21-24, comecei a pensar na situação do povo de Israel. Este povo estava em constante desobediência a Deus, vivendo de pecado em pecado, e fazendo de conta que Deus não estava se importando com nada disso. Vez após vez a palavra do Senhor veio a Jeremias para confrontar o povo mas não havia arrependimento sincero com abandono das práticas de idolatria e de cultos pagãos.

É verdade que o pecado tem um poder traumático e ocasiona sérias lesões na consciência espiritual de uma pessoa. Quando o pecado é praticado de forma intermitente e quando não há verdadeiro arrependimento, a consciência torna-se cauterizada. Esta insistência em afastar-se de Deus anula a consciência e traz prejuízos para a percepção de verdades espirituais importantes. A pessoa começa a viver num estado vegetativo espiritual, e, consequentemente, deixa de perceber certos fatos importantes. Este estado vegetativo espiritual é resultado da constante relutância em seguir ao Senhor e da constante insistência em praticar as abominações que o Senhor condena.

Marcos Aurélio de Melo
(novas postagens em breve complementando o assunto)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Entretenimento Religioso

Vivemos dias de notável idolatria do deus chamado “entretenimento religioso”. Depois de dois milênios, a igreja não assumiu ainda o seu papel de representante do Senhor, e busca todas as formas para entreter a audiência. Como bem escreveu A. W. Tozer: "A igreja que não consegue adorar tem de ser entretida."

Não há nada mais distante do cristianismo bíblico do que a insistência em entretenimento religioso que se tornou a tônica do nosso tempo. Refiro-me às invencionices humanas no sentido de abrandar a consciência perante a grandeza do Senhor, em cuja presença é necessário temor e tremor. Irreverentemente cauterizadas, as mentes modernas se voltam para os meios superficiais que anestesiam as almas. E assim o tempo que deveria ser dedicado à adoração verdadeira em espírito, é preenchido com fantasiosas demonstrações de euforia.

Que o Senhor tenha muita misericórdia desta condição em que a igreja insistentemente tem se envolvido. Se Ele utilizasse o mesmo rigor com que tratou os adoradores do bezerro de ouro no deserto, creio que muito choro seria ouvido nos círculos denominados evangélicos. Vamos voltar ao cristianismo bíblico e adorar ao Senhor na beleza da Sua santidade, para que a Sua glória seja demonstrada através de nós, vasos de barro em Suas mãos.


MARCOS AURÉLIO DE MELO

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A realidade do juízo de Deus

Os falsos profetas da época em que viveu o profeta Jeremias, queriam negar a qualquer preço que o juízo do Senhor viria sobre o povo de Israel. Iludiam o povo com mentiras cuidadosamente inventadas e ludibriavam até os mesmos os líderes da nação e os sacerdotes. Omitiam a realidade do juízo que estava próximo, e por isso estes profetas eram facilmente aceitos e aclamados.

Jeremias não omitiu a dura realidade que estava por vir, como conseqüência da rebeldia do povo. Ele anunciou durante 23 anos (Jr. 25:3) a Palavra do Senhor, começando de madrugada, mas o povo não queria obedecer. Diante de várias perseguições sofridas, Jeremias não abriu mão de anunciar o juízo de Deus sobre aquela nação de coração obstinado. As ameaças de morte (Jr. 26:8) não fizeram Jeremias se calar. Pelo contrário ele não negou de forma alguma que a disciplina do Senhor estava próxima: Jr. 26: 12-14. Que homem de coragem! Que exemplo a ser seguido!

O profeta Natã, quando foi confrontar o rei Davi não deixou de apresentar as conseqüências do pecado cometido. Ele não omitiu a realidade do juízo de Deus sobre a vida de Davi, pelo contrário, anunciou que viria um tempo cinzento na vida familiar do grande rei de Israel (I Sm. 12: 10-11 e 14).

Esta pregação que está em moda hoje em dia anuncia apenas o que agrada os ouvidos de pecadores, mas não possui nada de autêntico e bíblico. O que não agride o coração do homem é a mensagem mais popularizada nos redutos evangélicos mundo afora. O fato é que esta mensagem não passa no crivo das Escrituras, que mostram o retrato exato do coração humano e as conseqüências de um viver obstinado em desobediência à Palavra de Deus.

Quando anunciamos a Palavra do Senhor devemos proceder como os profetas Jeremias e Natã que não omitiram a realidade do juízo do Senhor para aqueles de coração obstinado. Ao anunciarmos a Palavra do Senhor precisamos ter sensibilidade diante do pecado e do mal. Não vamos deixar nossas mentes cauterizadas e omitir a dura pena que a Bíblia mostra ao homem que insiste em afrontar a Deus no seu estilo de vida. Que sejamos verdadeiros atalaias a serviço do Senhor nosso Deus, a quem um dia também teremos que prestar contas.


MARCOS AURÉLIO DE MELO

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A Bíblia - um livro inspirado

Se a Bíblia foi escrita por homens, por que é considerada a Palavra de Deus? Quem faz esta pergunta geralmente está em dúvida sobre a origem da Bíblia, se ela veio de Deus, ou se originou na mente dos homens. As pessoas dizem que no papel cabe qualquer coisa, então muitos não acreditam que a Bíblia é um livro confiável porque os homens podem errar ao escrever suas ideias.

Mas a Bíblia nos diz que a sua origem é o próprio Deus. Em 2 Timóteo 3:16, lemos que toda Escritura é inspirada por Deus. A palavra que foi utilizada para a inspiração significa que Deus “respirou, soprou”. Em 2 Pedro 1:21, entendemos que cada escritor foi "influenciado" por Deus. Portanto, Deus utilizou cada um dos 40 autores da Bíblia, incluindo suas diversas origens culturais, personalidades e funções, para entregar Sua Palavra divina a toda a humanidade.

Além disso, é impossível que 40 pessoas diferentes, vivendo em lugares diferentes e em épocas diferentes, tivessem a mesma linha de raciocínio, se não fosse pela ação maravilhosa de Deus. Nós não encontramos nenhuma contradição nas Escrituras porque o autor é apenas uma pessoa: DEUS. Deus utilizou homens para registrar a Sua Palavra em forma escrita, para que todos possam conhecer as verdades que a Bíblia apresenta.

Muitos ataques já foram feitos à Bíblia, mas ela nunca deixou de ser um livro especial e verdadeiro. Deus é soberano e a Sua Palavra nunca será eliminada. Hoje a Bíblia está traduzida em várias línguas e muitos povos já conhecem o plano de Deus, porque a Palavra de Deus nunca volta vazia. E ninguém vai ter como alegar diante de Deus que nunca ouviu sobre a Sua Palavra. Portanto, temos uma grande responsabilidade ao anunciar a mensagem bíblica neste mundo porque a Bíblia não é um livro qualquer que perdeu o seu valor ao longo do tempo. A Bíblia é a Palavra de Deus, viva, santa e eficaz para iluminar o coração de muitos no caminho da salvação.

MARCOS AURÉLIO DE MELO

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Falsas esperanças

Falsas esperanças faziam parte dos discursos dos falsos profetas na época em que Jeremias viveu (Jr. 14:13-15). Anunciavam “paz, paz”, quando não havia paz nenhuma (Jr. 6:13-14). Curavam superficialmente a ferida do povo oferecendo band-aid, quando era necessária uma profunda cirurgia.

O profeta Hananias espalhava falsas esperanças ao povo, pois anunciava que o cativeiro seria apenas uma breve temporada de dois anos (Jr. 28: 2-3). Esta era uma grave mentira (Jr. 28:15), pois o cativeiro durou 70 anos (Jr. 25:12). Os falsos profetas ofereciam falsas esperanças até aos sacerdotes (Jr. 27:16), que detinham o controle religioso naquela época. Jeremias, pelo contrário, não oferecia falsas esperanças ao povo. Quando estavam no cativeiro, enviou-lhes uma carta deixando bem claro a situação que teriam que enfrentar lá no cativeiro (Jr. 29: 5-10), e só depois de 70 anos retornariam à terra natal.

Nós também, como porta-vozes do Senhor, não devemos anunciar falsas esperanças. Não devemos anunciar palavras que o Senhor não nos autorizou a anunciar (Jr. 29:23). É impressionante como falsas esperanças estão sendo espalhadas nos púlpitos hoje em dia. Os chamados pregadores da prosperidade enfeitam sua mensagem com esperanças vazias, que servem para entreter os auditórios lotados. Portanto, temos que remar contra a maré e anunciar a verdadeira mensagem do Senhor, que em nenhum momento apresenta falsas esperanças a ninguém.

Jesus Cristo nunca ofereceu uma mensagem recheada de vãs esperanças. Ele foi incisivo ao apresentar o custo do verdadeiro discipulado. Tomar a cruz dia a dia e seguir a Cristo não é algo agradável e prazeroso (Lc. 9:23), mas é o único caminho para agradar a Deus. O escriba aproximou-se oferecendo o seu serviço, mas Cristo disse: “As raposas tem seus covis e as aves dos céus, ninhos. Mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt. 8:20). Cristo não ofereceu falsas esperanças ao jovem rico que se mostrou empolgado querendo saber o que fazer para ser salvo. Ele ofereceu o caminho da renúncia, não o caminho de promessas fáceis. Diante de Nicodemos, a proposta de Jesus Cristo foi considerada estranha (nascer de novo!), mas não estava carregada com pitadas de esperanças irreais.

Qualquer que seja o momento, não devemos incorrer no erro de oferecer esperanças vazias a quem quer que seja. As pessoas precisam saber que a única esperança real é aquela que a Bíblia apresenta, o que passar disso é pura ilusão. A esperança bíblica oferece um alicerce confiável que não trará frustração e desânimo. O homem precisa enxergar que somente na Palavra de Deus irá encontrar a verdadeira esperança, e nós, como porta-vozes do Senhor, devemos apresentar esta mensagem de forma transparente.

Marcos Aurélio de Melo

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Divergências Saudáveis

Problemas são inevitáveis, divergências virão. Nas melhores igrejas e com os melhores líderes, cedo ou tarde podem surgir divergências de maior ou menor grau. É muito importante que a igreja saiba lidar com as divergências internas de modo bíblico visando o bem estar do Corpo. Como podemos desenvolver o tipo de graciosa divergência que resulta em conselho, segurança e sabedoria ao invés de conflito? É necessário esclarecer que há espaço para a divergência saudável na igreja, quando o vínculo da paz é mantido através de comunhão sincera.

A verdadeira história dos conflitos não está naquilo em que estamos divergindo, mas porque e como estamos divergindo. Até que cheguemos abaixo da superfície de nossas questões, para os nossos próprios motivos ocultos, nós ainda nem mesmo começamos a lidar com os problemas que estão nos dividindo. E até que olhemos debaixo de nossos motivos ocultos, para as crenças básicas que os constroem, nós ainda teremos uma abordagem superficial do conflito. As questões em um conflito são como a ponta de um iceberg. Bem abaixo estão os motivos ocultos que fazem uma divergência saudável tornar-se amarga.

A Bíblia é clara a respeito do que acontece quando maus motivos tomam o lugar de bons motivos. Depois de participarem da ceia, na noite em que Cristo seria entregue às autoridades, a inveja e a ambição egoísta se tornaram fatores motivadores na discussão sobre quem era o maior dentre eles (Lc. 22: 14-27). O irmão de Jesus, Tiago, escreveu na sua epístola que a sabedoria não está associada com motivações erradas dentro do coração (Tiago 3: 13-16). Paulo também nos indica as motivações que devem estar por trás do comportamento cristão, quando surgirem situações que trazem divergência (II Tm. 2: 24-20). Resumindo, posso afirmar: "quando somos motivados por sentimentos pecaminosos nenhuma divergência será saudável."

1 - QUESTÕES SUPERFICIAIS: é aquilo em que estamos de acordo ou aquilo em que não estamos de acordo. Cuidado: temos a tendência de supervalorizar a divergência, sem julgar nossos motivos e crenças à luz das Escrituras.
2 - MOTIVOS OCULTOS: são as razões porque concordamos ou não, e a posição se estamos pró ou contra um ao outro. São as motivações internas que nos levam a tomar partido em um dos lados da divergência.
3 - CRENÇAS BÁSICAS: é o que acreditamos a respeito de Deus, nós mesmos e as nossas circunstâncias (pessoas, situações). Estas crenças formam não apenas a razão porque não estamos concordando, mas, também como estamos discordando. As crenças precisam estar enraizadas na Palavra de Deus, senão tudo desmoronará.

Amar não significa sempre ceder aos outros da forma como eles querem. Às vezes, eles devem enxergar a seriedade de nossas convicções, mas no processo eles precisam também sentir que nossa divergência é graciosa e amável. Eles precisam entender que não estamos meramente divergindo para proteger os nossos próprios interesses mesquinhos. A única forma de sermos pessoas amáveis é descansando na habilidade de Deus para suprir-nos e guiar-nos.

Vamos avaliar seriamente nosso procedimento quando as divergências surgirem e testar se estamos enfatizando demasiadamente as questões superficiais, deixando de perceber os reais motivos que estão por trás e as crenças que moldam nossas atitudes (Fp. 4: 2-9).